O pároco da Igreja Sagrada Família - no bairro da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada - era um dos fundadores do movimento Reage, Baixada, criado logo depois da chacina de 31 de março, que deixou 29 pessoas mortas em Nova Iguaçu e em Queimados. Onze policiais militares foram acusados de envolvimento na barbárie.
Na faixa das Pastorais da Diocese de Nova Iguaçu, durante a caminhada de protesto contra a chacina, resumia uma mensagem defendida por ele: "Que o sangue derramado não seja para nós motivo de medo, mas que pulse como um clamor de justiça. E que todos tenham vida, (e a tenham) e vida em abundância."
Incentivo
O religioso, então vice-coordenador de pastoral, incentivava as famílias a vencerem o medo e lutarem contra a impunidade. Informações da polícia, na época, dão conta de que o padre vinha denunciando que as famílias das vítimas estavam com medo de prestar depoimento. Pelo menos 18 das 29 vítimas freqüentavam igrejas coordenadas por ele.
Confissões de irmãos
Para o padre Agostinho Preto, da associação diocesana de presbíteros de Nova Iguaçu, foi uma perda que refletiu na comunidade.
- Eu o conheci porque ele trabalhava na coordenação da Pastoral da Diocese.
Era muito querido pelos colegas e pela população,um grande padre. A comunidade sentiu muito - disse.
Outro padre que lembrou suas ações foi Geraldo Lima, da paróquia Operário de Nova Iguaçu, no bairro da Califórnia - que soube da morte por telefone, através de um padre, amigo do Paulo Henrique.
- Fiquei chocado quando recebi o telefonema. Um padre jovem, assassinado no pleno exercício da função. O que dizer? Além de servir ao povo, era coordenador de liturgia, que assessorava o bispo e a diocese. Fui ao enterro dele - recordou (I.J.)
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